Um modelo de operação que se tornou possível graças a bilhetagem eletrônica - forma de pagamento através de cartôes recarregáveis , no nosso caso o conhecido VEM - Vale Eletrônico Metropolitano .
Um pouco de história
Recorte do Diário Oficial
A bilhetagem eletrônica chegou ao Recife em março de 1999. À princípio, utilizavam o Sistema Automático de Bilhetagem Eletrônica, o SABE, 17 mil rodoviários do sistema – motoristas, cobradores , fiscais e despachantes. Ainda em dezembro daquele ano e maio de 2000, os estudantes foram incorporados ao SABE, com a implantação do Passe Fácil.
Mas foi em 26 de março de 2002, que o SABE foi instituído por meio da Resolução nº 002/98 do Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos e teve seu regulamento aprovado através da Portaria 247. Sendo reeditada em 26 de março de 2003.( Fonte : site do GRCT)
O VEM é um pouco mais novo...
No dia 04 de março de 2009 o Grande Recife Consórcio de Transportes deu início a implantação do novo sistema de bilhetagem eletrônica da Região Metropolitana do Recife. Cerca de 300 mil cartões do VEM Estudante começaram a ser entregues aos usuários neste período, dando início a extinção do Passe Fácil
Tudo bem , a bilhetagem eletrônica veio para facilitar , tanto para o usuário quanto para as empresas de transporte...
Benefícios da bilhetagem eletrônica:
- agiliza o fluxo de passageiros , que não precisam esperar pelo troco ;
- recarga do cartão pela Internet ou em pontos de recarga espalhados pela Região Metropolitana;
- segurança, visto que irá reduzir a quantidade de dinheiro nos coletivos;
e conforto, com o carregamento embarcado.(GRCT)
Outros benefícios...
- implantação da integração temporal;
- maior controle de gratuidades e da operação como um todo.
O objetivo principal do SABE é melhorar o controle operacional do serviço de transporte, possibilitando a obtenção mais rápida e segura das informações do sistema, tais como o número de viagens realizadas e o de passageiros transportados.( Grande Recife)
Outros sistemas de bilhetagem pelo Brasil
AracajuCard
PasseFácil - Belém
BHBus
Ótimo - RM ( Região Metropolitana ) BH
Fácil - DF
Peg Fácil - Campo Grande MS
Leva - Caruaru
Metrocard - RM Curitiba
Cartão Transporte - Curitiba
VTE - Fortaleza
Metropasse - RM Salvador
Passe Legal - João Pessoa
Bem legal - Maceió
NatalCard - Natal
Passagem Inteligente - Novo Hamburgo
Tri - Porto alegre
Sim - Porto velho
Meu Cartão - Rio Branco
RioCard - Rio de Janeiro
SalvadorCard - Salvador
Bilhete Único - São Paulo ( até 4 viagens em 3 horas pagando 1 tarifa)
BOM - RM São Paulo e São Roque
E o cobrador , qual o papel dele nesse avanço que se deu com a bilhetagem eletrônica ?
Num sistema em que o uso do dinheiro em espécie como pagamento ainda é possível , é indispensável a presença do cobrador no coletivo , pois é ele o responsável pelo recebimento da tarifa e troco dado ao usuário , quando uma linha passa a ser acessível apenas com o cartão eletrônico , essas funções do cobrador são deixadas de lado .
Mas seria somente esse o papel do cobrador de ônibus ?
Óbvio que não , o cobrador é um profissional importante no setor de transporte público , pois é ele quem dialoga com o público com maior frequencia ; auxilia o passageiro que precisa de ajuda , a exemplo de um cadeirante ou mesmo idoso ; auxilia o motorista na hora do desembarque de passageiros quando o ônibus está lotado , e atua como fiscal do acesso através da catraca.
Pelo Brasil
Leia a reportagem reproduzida do site Diário Gaúcho
Ideia do prefeito Nelson Marchezan de fazer com que a bilhetagem eletrônica seja o único meio de pagamento da passagem preocupa trabalhadores, que temem demissões
Para Letícia é difícil não se preocupar com o futuro do emprego
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Jeniffer Gularte
jeniffer.gularte@diariogaucho.com.
Desde que o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, revelou a intenção, no final do mês passado, de abolir o uso de dinheiro para pagamento das passagens de ônibus na cidade, fazendo uso exclusivo da bilhetagem eletrônica, uma apreensão tem tomado conta dos trabalhadores que poderão ser afetados com a futura mudança. Os cobradores temem que o pagamento restrito ao uso da tecnologia, que traria mais segurança ao serviço na visão de Marchezan, poderá custar o próprio emprego da categoria.
Entre os trabalhadores da função este é o assunto do momento, garante a cobradora da Carris há 10 anos, Letícia Magalhães, 36 anos. Ela considera difícil não se preocupar com o futuro do emprego uma vez que a ideia de modernizar o sistema veio do próprio prefeito:
— Eu tenho família para sustentar, a gente sabe que não teria onde realocar toda essa gente (em outras funções).Para ela, o argumento de que o uso exclusivo de bilhetagem traria mais segurança é frágil pois em dias de passe livre – em que também não circula dinheiro nos ônibus – também há assaltos.
— As pessoas acham que a gente fica o dia todo sentado ficam sentado, mas não é. Ajudamos no embarque de deficientes, ajudamos a orientar os motoristas, as pessoas não se dão conta da nossa importância. Eles (os motoristas) não vão dar conta sozinhos de tantos passageiros — avalia Fernanda Hansen, 40 anos, há 14 como cobradora da Carris.
Há nove anos na função, Milena Louzada, 35 anos, frisa que o cobrador não apenas cobra a tarifa, mas também orienta o passageiro e cuida das portas:
— Acho que sem cobrador os ônibus ficarão ainda mais vulneráveis a assaltos, o motorista não tem muito o que fazer sozinho.
O motorista Gilmar José Bittencourt, 52 anos, concorda com a preocupação da colega:
— Nunca trabalhei sem cobrador e acho que ficaria mais difícil para todos, principalmente em algumas regiões da cidade.
Em sua conta no Twitter, Marchezan nega que haverá demissões de cobradores: "Ninguém falou que vai ter que demitir cobrador, o que foi falado é que essa é uma profissão que vai precisar se modernizar".No final do mês, o prefeito anunciou que a gestão da bilhetagem eletrônica na Capital ficará a cargo da prefeitura e não mais da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP).
Procurada pelo DG, a ATP informou que, por enquanto, não irá se manifestar sobre o assunto por ser um tema que foi levantado pela prefeitura. Segundo o secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Elizandro Sabino, a mudança passará por um processo de muito diálogo com a sociedade, sindicato da categoria, as empresas e, no que diz respeito ao aspecto legal, com a Câmara de Vereadores.
— É um conjunto de elementos que precisa ser analisado, é uma relação de muitas interfaces e um estudo técnico precisa ser feito.
"Vamos parar a cidade"
O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, Adair da Silva, afirma que não irá aceitar a mudança que, segundo ele, afetaria 3,6 mil cobradores que atuam nas empresas da Capital. Desse total, 70% está próximo de se aposentar. Na opinião dele, é inviável realocar todos estes funcionários caso a função de cobrador não fosse mais necessária.
— Só a Carris tem mais de mil cobradores. Se eles (a prefeitura) colocar na Câmara qualquer tipo de projeto que envolva isso, vamos parar a cidade.
A possibilidade de demissão de cobradores já foi um dos itens que motivou, na quarta-feira passada, em meio à discussão do dissídio da categoria, uma operação tartaruga dos rodoviários feito em vias centrais da Capital.
Como é em outras capitais:
O Diário Gaúcho consultou cinco prefeituras para conferir a situação em outras capitais. Veja:
BELO HORIZONTE
Todos os ônibus tem cobradores, exceto nos horários da madrugada
CURITIBA
Todos os ônibus urbanos têm cobrados, exceto os veículos do BRT
FLORIANÓPOLIS
Toda frota tem cobrador
RIO DE JANEIRO
Há ônibus com e sem cobradores, dependendo da linha
SÃO PAULO
Todos os ônibus têm cobradores
No Recife , a preocupação com a retirada dos cobradores já é antiga
Reportagem de 1998 , Diário Oficial
Fica o questionamento:
Qual o principal motivo para retirada dos cobradores dos ônibus?
- redução da circulação de dinheiro no ônibus
- redução de custos para as empresas
- melhor controle do processo e
minimização da evasão de receita
Reflita , e fique a vontade para comentar.
Comentários