Antes da criação do SIMAV, o controle da frota era feito por 55 fiscais alocados em 8 postos nos principais eixos de tráfego das linhas geridas pela EMTU, quadro insuficiente para fazer a checagem de frequência e horários dos ônibus.
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Ilustração, o SIMAV permitia a conexão de informações dos ônibus com os pórticos instalados em vias da cidade |
Com isso a EMTU em parceria com o DETELPE resolveu adotar um monitoramento automático já utilizado na Europa, lançado em 1992 no Recife, o SIMAV - Sistema de Monitoração Automática de Veículos funcionaria através de microondas que deveriam circular entre os 75 pórticos instalados em toda cidade e adesivos nos 2.200 ônibus que compunham a frota na época.
Os " vigias " captavam número do ônibus, horário de passagem pelo pórtico, a linha que o veículo estava operando, a empresa operadora e o ponto de ônibus. No percurso das 270 linhas que cobriam a cidade, pelo menos quatro registros seriam enviados para o SIMAV em cada viagem da linha. O sistema seria gerido pela própria EMTU, que recebia esses dados em um computador central.
O SIMAV teria a função de controle das 21 operadoras do sistema para fins de remuneração, além de fornecer dados para alteração de frequência e itinerários, devido a integração com as catracas e odômetros. Com a implantação do SIMAV seria possível acabar com a Câmara de Compensação Tarifária, que gerava muitos problemas quanto ao repasse dos recursos.
Fornecido pela Saab-Scania, o SIMAV permitia a análise das viagens pela quilometragem percorrida, horários de partida, velocidade operacional, entre outros, o que dava um amplo conhecimento do sistema operador para o órgão gestor, a EMTU.
Na década de 80 já havia existido tentativas de monitorar a frota mas que não tinha a complexidade de fornecimento de dados equiparado ao SIMAV.
Em 1980 a fiscalização ganhou reforço de efetivo com a utilização de rádios comunicadores para atuação na informação dos descumprimentos das empresas e a efetiva intervenção em tempo real.
A fiscalização das linhas era feita por sorteio, das 16 áreas delimitadas pela EMTU no zoneamento, quatro eram escolhidas diariamente e em cada área três linhas, totalizando 12 linhas por dia.
Os primeiros testes e o abandono da implantação do SIMAV
Uma das primeiras operadoras a testar a inovação foi a Empresa Metropolitana. Alguns corredores como a Domingos Ferreira, Presidente Kennedy e PE 15 chegaram a operar com os equipamentos instalados nos ônibus e nos pórticos, porém enquanto a EMTU estudava formas de " nacionalizar o sistema " para melhor adequaçãoao clima e condiçõesviárias do Recife, fiscais do órgão chegaram a ir até a Europa para se familiarizar com a operação do SIMAV, porém a iniciativa não teve andamento, problemas políticos e de gestão fizeram a EMTU abandonar a implantação do SIMAV, que ficou obsoleto e o montante investido na aquisição foi perdido.
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